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VISÃO GERAL SOBRE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO COMPACTAS

Como é noticiado cotidianamente o Saneamento Básico no Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, apresentando indicadores de atendimento, principalmente na parte de tratamento de esgoto, muito baixos.

Uma característica do mercado brasileiro, nos últimos anos, é a de implantação de pequenas estações de tratamento de esgoto, junto com a construção de novos condomínios de alto luxo ou empreendimentos populares, o que cria uma série de unidades descentralizadas sejam para operação própria ou pela concessionária. Em ambos os casos estas plantas deverão operar adequadamente.

A razão para esta descentralização é mais por razões financeiras do que técnicas, pois estes loteamentos são feitos em locais que não dispõem de redes de coleta de esgoto.

Além disso, o financiamento destas moradias requer o licenciamento ambiental e os investidores devem incluir estas Estações de Tratamento em seus projetos.

Este mercado é muito interessante para as empresas fabricantes deste tipo de solução e diversas opções estão disponíveis no Brasil. Muitas destas opções, no entanto, tem suas particularidades de aplicação e limitações de carga a tratar e isto não é corretamente avaliado no momento de aquisição da ETE, pelo investidor.

Os investidores avaliam apenas a questão do custo de implantação sem considerar custos operacionais ou performance da planta e, com isto, ficam operando a planta e fazendo melhorias na mesma, por um prazo maior que o previsto inicialmente no projeto. Obviamente isto significa um aumento de custo muito alto e não contemplado nos orçamentos iniciais.

Muitas destas estações, denominadas compactas, são desenvolvidas por empresas fora do Brasil e contemplam uma realidade diferente da brasileira; embora a ABNT tenha fixado alguns parâmetros e critérios de dimensionamento, nem sempre estes são seguidos e após a instalação das ETE´s constata-se que elas não apresentam a eficiência necessária ou não foram considerados aspectos importantes em sua implantação, como por exemplo a necessidade de instalação de caixas separadoras de gordura, gerações de esgoto e cargas “per capita”, etc.

O tipo de sistema a ser implantado tem uma forte implicação para os empreendimentos, pois a escolha do mesmo afeta custos e aprovações legais.

O desafio para os fabricantes destas unidades é o de fornecer Estações de Tratamento que, além da boa qualidade de materiais, devem apresentar eficiências de remoção de poluentes elevadas e operação simplificada. Portanto, além da tecnologia adquirida no exterior, ou desenvolvida localmente, deve-se atentar para as particularidades locais.

No Brasil não há uma entidade ou organização que valide as tecnologias usadas, principalmente, em estações compactas e, após implantadas estas plantas não são devidamente monitoradas para que se crie um histórico das mesmas.

A aquisição destas plantas, portanto, requer uma avaliação independente feita por uma empresa de engenharia que possa avaliar o processo, materiais de fabricação, aplicabilidade do sistema à condição específica e que então possa proporcionar ao investidor a segurança de um bom funcionamento da ETE.

Se isto não for feito criteriosamente os esgotos tratados de forma parcial ou insuficiente serão despejados nos rios e continuarão poluindo os corpos d´água.

 

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