Porém, por ser um rio importante, histórico e conhecido na região, foi possível obter dados de vazões e concentrações de poluentes através da consulta aos órgãos ambientais federais e estaduais, como ANA e COPAM, por exemplo.

Após a etapa de modelagem matemática, foi possível determinar os perfis de concentração de OD e DBO5,20 ao longo de um trecho de 5,0 km, a partir do ponto de lançamento do efluente da indústria de alimentos. 

O resultado mostrou que a concentração de OD não representaria problemas para um rio Classe 2 e que a concentração de DBO5,20 no rio Gorutuba iria se recuperar a partir de 900 metros do ponto de lançamento.

Para este estudo, foi utilizado o modelo de qualidade das águas de rio denominado QUAL2E. Trata-se de um dos modelos mais utilizados nos últimos anos para modelagem dos ciclos de oxigênio (O), nitrogênio (N) e fósforo (P) em corpos hídricos.

Neste caso específico, foram modelados os parâmetros: oxigênio dissolvido (OD); e demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20), em função do rio ser Classe 2, segundo consta no Plano da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco (PBHSF), e, portanto, as concentrações do efluente da indústria de alimentos não poderiam desobedecer aos limites estabelecidos pelo Padrão de Qualidade da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, complementada pela resolução nº 430/2011, que determina que a concentração mínima de OD deve ser maior ou igual a 5,0 mg O2.L-1 e a concentração máxima permitida de DBO5,20 deve ser menor ou igual a 5,0 mg O2.L-1.

A modelagem foi elaborada, então, a partir dos dados de: vazão; concentração de DBO5,20; concentração de oxigênio dissolvido; e temperatura do efluente tratado da indústria de alimentos e do rio Gorutuba, além da morfologia do rio e de dados da Estação de Tratamento da indústria..

Os dados relacionados a morfologia do rio Gorutuba mostraram que este rio apresentava trechos com declividade, altura e largura variáveis ao longo de todo o trecho e este estudo teve que considerar estas características…