REMOÇÃO DE SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS

Os decantadores são unidades de tratamento primário e/ou secundário cujas características físicas favorecem a deposição de sólidos orgânicos e inorgânicos para sua posterior remoção. Sua finalidade, portanto, é a remoção de SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS, de tal forma que permite que os esgotos estejam em condições ideais para serem lançados nos corpos receptores.

A eficiência média de remoção de Sólidos em Suspensão é da ordem de 40,0 a 60,0%, e de DBO de 25,0 a 35,0%.

A maioria dos decantadores possuem dispositivos para a remoção de gordura e escuma que não foram removidas no tratamento preliminar e que ficam na superfície do decantador.

Há duas formas de se construir um decantador:

  1. Circular; e
  2. Retangular (lamelar).

A principal vantagem do decantador circular é a sua capacidade de sedimentar os sólidos em menor tempo. Já o decantador retangular possui como principal vantagem a ocupação de uma menor área.

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PRESENÇA DE COR EM ÁGUAS NATURAIS

Um dos principais parâmetros que podem indicar o grau de poluição de um corpo hídrico é sua cor. De modo geral, águas de cor elevada apresentam concentrações mais altas de DBO, DQO e de Sólidos Dissolvidos, que podem ser removidos através dos processos convencionais. Entretanto, águas com cor elevada e baixa turbidez podem inviabilizar ou encarecer os processos de tratamento, principalmente, na etapa de coagulação/floculação, e por este motivo, a cor da água deve ser sempre monitorada.

A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões inferiores a 1µm – denominadas coloides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvidos) ou mineral (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês).

A presença de ferro e manganês podem ocasionar uma cor avermelhada na água. Já as águas de alcalinidade e dureza elevadas, que escoam por solos calcáreos, apresentam uma cor levemente esverdeada. Corpos d’água naturalmente escuros são encontrados em regiões ricas em vegetação, em decorrência da maior produção de ácidos húmicos. Um exemplo internacionalmente conhecido é o Rio Negro, afluente do rio Amazonas, cujo nome faz referência à sua cor escura, causada pela presença de produtos de  decomposição da vegetação e pigmentos de origem bacteriana. 

Existem 02 formas de cor:

– Cor Real: medida em água filtrada (ou centrifugada); e

– Cor Aparente: análise realizada na água sem filtração ou centrifugação, e que, por esta razão, contém materiais particulados que interferem na medida de reflexão.

Um dos aparelhos mais utilizados nos laboratórios das ETA’s para análise de cor são os discos de vidro coloridos, que possuem escalas correspondente aos tubos de Nessler (Ver figura). Porém, este método analítico não é recomendando, uma vez que há diferenças nas cores dos discos (dependendo do fabricante) e sua variação no tempo e no uso podem ocasionar erros de leitura por parte dos operadores.

Ultimamente, com o avanço da tecnologia, estão sendo empregados nos laboratórios das ETA’s, analisadores digitais que facilitam a análise de cor, gerando mais confiança para os operadores das plantas.

De acordo com a Portaria de Consolidação nº 888 do Ministério de Saúde, o valor da cor ao final do processo de tratamento na ETA e distribuída para população deve ser inferior a 15,0 uH. Entretanto, recomenda-se que a cor seja mantida abaixo de 5,0 – 10 uH. Isto porque, a água tratada poderá adquirir cor no percurso da rede de abastecimento de água para população.

ESTUDO DE AUTODEPURAÇÃO

O estudo de autodepuração fornece uma informação valiosa para empresas acerca do impacto do lançamento de seus efluentes em corpos receptores. O principal aspecto considerado na elaboração do estudo de autodepuração é a avaliação da capacidade que o corpo receptor tem de assimilar os despejos sem apresentar problemas do ponto de vista ambiental, evitando que o empreendimento lance despejos acima do suportado pelo corpo d’água e cause significativa degradação ambiental. 

Trata-se de um estudo de extrema importância no âmbito do tratamento de efluentes, e algumas das circunstâncias em que ele deve ser feito são as seguintes:

Concepção/projeto de ETE’s:

Nestes casos, verifica-se a eficiência mínima de tratamento necessária para a nova ETE a ser projetada, de modo que o lançamento do efluente tratado não cause prejuízos ao corpo receptor, comprometendo sua classificação, estabelecida pelo órgão ambiental responsável. Em muitos processos de licenciamento, o estudo de autodepuração é uma exigência legal, e deve fazer parte da documentação de projeto;

ETE´s existentes:

Nestes casos, a realização de um estudo de autodepuração informará o impacto atual de um efluente tratado em um corpo receptor. Este tipo de informação é extremamente útil para o cliente e o órgão ambiental, pois permite verificar a eficiência da ETE em questão e eventuais necessidades de melhorias/ampliação das unidades de tratamento e/ou melhorias operacionais.